quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
post perdido
recordo apenas que no final tomava banho e logo saía à rua de gabardine.
próximo ano, s.f.f.
20.15
olha-me de soslaio e recomenda-me pouco. (minha arrogância, nem me olha)
o melhor é a ambiguidade de apetecer dizer fodasse e mais tarde sorrir.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
Teatro da vida
Give me your hand: this hand is moist, my lady.
It yet hath felt no age nor known no sorrow.
This argues fruitfulness and liberal heart:
Hot, hot, and moist: this hand of yours requires
A sequester from liberty, fasting and prayer,
Much castigation, exercise devout;
For here's a young and sweating devil here,
That commonly rebels. 'Tis a good hand,
A frank one.
ontem reencontrado, aqui:
http://teatrodobolhao.blogspot.com/2009/12/blog-post.html
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Screw you pouring rain
Silenciador, do Jacinto Lucas Pires , A Tempestade de Shakespeare, e Um Homem Célebre, de Machado de Assis, tudo da Cotovia. O quadrado Azul do Almada Negreiros, edição fax-similada da Assírio.
Rhapsody in Blue de Gershwin e Mahler no. 5. The latest of Kings of Convenience.
sábado, 5 de dezembro de 2009
STRANGER
And then leaning on your window sill
he'll say one day you caused his will
to weaken with your love and warmth and shelter
And then taking from his wallet
an old schedule of trains, he'll say
I told you when I came I was a stranger
I told you when I came I was a stranger.
But now another stranger seems
to want you to ignore his dreams
as though they were the burden of some other
O you've seen that man before
his golden arm dispatching cards
but now it's rusted from the elbows to the finger
And he wants to trade the game he plays for shelter
Yes he wants to trade the game he knows for shelter.
Ah you hate to watch another tired man
lay down his hand
like he was giving up the holy game of poker
And while he talks his dreams to sleep
you notice there's a highway
that is curling up like smoke above his shoulder
and suddenly you feel a little older
LCOHEN
domingo, 11 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
*Christian Bobain
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
1:04
-"Não sei que se passa contigo. Vejo-te com duas pedras na mão. Senti que te perdi. Deito-me, beijo, dorme bem."
- http://www.youtube.com/watch?v=Ssiga9gs7dQ&feature=related, ou In between days no Youtube, se preferires.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
Na florista
- não, a natureza não é arranjada. (e pensei em ti, no movimento assimétrico do teu corpo no meu, a tua expressão desalinhada)
A florista inclinou-se em cortar os caules, e sorriu.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
A linguagem é um vírus
Laurie Anderson
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Que dizes tu do Amor que não existe
When you are old and gray and full of sleep
And nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Your eyes had once, and of their shadows deep;
How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true;
But one man loved the pilgrim soul in you,
And loved the sorrows of your changing face.
And bending down beside the glowing bars,
Murmur, a little sadly, how love fled
And paced upon the mountains overhead,
And hid his face amid a crowd of stars.
William Butler Yeats. b. 1865
Muitos amaram os teus dias de alegre graça
e amaram a tua beleza com amor verdadeiro ou falso,
mas um homem amou a tua alma peregrina
e amou as mágoas no teu rosto que mudava.
terça-feira, 14 de julho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
Obliquar#2
na urgência que traziamos pelos meus dedos revelada
e havia mar ao fundo da acácia transfigurada.
paz contigo, AC
sábado, 6 de junho de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Urbino
surgem do nada e fixam o tempo, num encantamento que só a nós nos envolve.
Pode ser Haydn que rompe do ruído rasgado, pode ser um perfume que se chama memória ou paixão. ou memória da paixão que é por si , sentimento.
pode ser uma palavra.
Hoje foi Urbino, da Itália que conheci na idade adulta que traz ainda pela mão a descoberta. constante.
Em Urbino tudo se somou num espectro de cores e modos que não sei isolar. não quero.
Partiu a palavra, que nunca se demora, e a luz escoa-se na terra, ao pé da estátua.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
quarta-feira, 6 de maio de 2009
back to basics
or still "Someone take these dreams away,
That point me to another day,
A duel of personalities,
That stretch all true realities.
That keep calling me,
They keep calling me,
Keep on calling me,
They keep calling me"
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Absolute Beginners
Maior ainda que o amplexo azul que nos prometem; mais fina,
nervosa e incessante no seu movimento perpétuo.
só aí o tempo se permite cessar e tudo é suspensão pasmada.
"I´m an absolute beginner, and i´m absolutely sain"
sábado, 2 de maio de 2009
Equinócio de Setembro
I said to myself,
"Where are you golden boy, where is your famous golden touch?"
Once there was a path and a girl with chestnut hair,
and you passed the summers picking all of the berries that grew there;
were times she was a woman,
oh, there were times she was just a child,
and you held her in the shadows where the raspberries grow wild.
And you climbed the twilight mountains and you sang about the view,
and everywhere that you wandered love seemed to go along with you.
That's a hard one to remember, yes it makes you clench your fist.
And then the veins stand out like highways, all along your wrist.
And yes it's come to this, it's come to this,
and wasn't it a long way down, wasn't it a strange way down? *
*"Dress Rehearsal Rag", Leonad cohen, 1966
terça-feira, 28 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
Tanto mar
quinta-feira, 23 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Verdes anos
O camarada que a espiava, deitado na duna recamada de longos fios de erva, embalava nos braços cruzados o queixo sombreado por uma covinha.
Tem dezasseis anos e meio, e Vinca vai nos quinze anos e meio.
Toda a infância os uniu, separa-os a adolescência.*
*Colette, Verdes Amores, Editorial Estúdios Cor, Lisboa, 3ª ed, 1963
sábado, 18 de abril de 2009
Versus
O projecto inclui três fileiras de frescos, que, somados, totalizam trinta e quatro, os quais se distribuem ao longo das paredes do meio e superior. A fileira acima de todas mostra cenas do início da vida da Virgem; a fileira do meio, cenas da vida de Cristo; e, a fileira mais abaixo, cenas da Sua Paixão. Um fresco do Julgamento Final reveste a parede da entrada.
1 Tradução de: ERICKSON, Glenn W. Giotto’s virtues. Revista do centro de artes e letras, Santa Maria/RS, v. 17, n. 1-2, p. 41-48, jan./dez. 1995.
Caritas
"Deus dá os frutos do amor aos mais pobres"
Invidia
"Quem não vê a graça alheia"
Tempera
Iram
Giotto rocks
quarta-feira, 15 de abril de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
My kind of talk#2
"- Do you ever have déjà vu, Miss?
- I don't think so, but I could check with the kitchen"
passagem do filme Groundhog Day, de 1993
sexta-feira, 20 de março de 2009
"A árvore dos tamancos", ou um dia do Pai
O cenário maior é a Lombardia, a mesma que atravessei umas vezes de estrada, outras em trilhos metálicos; igualmente plana, igualmente repetida, sem colina nem montanha, mesmo breve, que faça alçar o olhar e que empreste algum dramatismo à alma que a fita. Avanço na película de Ermanno Olmi e fixo-a numa mesa e na família que janta, em silêncio ainda. Outras em tudo iguais repetem os gestos e o silêncio, cada uma na sua cela com abertura para o quinteiro partilhado.
Há no entanto gestos que quebram esta rotina, aqueles no lar onde um pai cortou uma árvore do caminho para dela esculpir os sapatos que o filho não ousava pedir, e nesse amor se fez expulsar com os seus, por sentença do senhor que até então serviam.
Arrumam-se os haveres, o ruído alastra e anuncia a saída eminente a todas as famílias reunidas à mesa. Subitamente ergue-se um menino, num repente : quer ver os amigos partir, mas logo o pai o segura, em silêncio, e tudo serena no regresso aos gestos repetidos.
Só quando a família se afasta na paisagem é que revelam a sua dimensão: todas as portas se abrem e reúnem-se para a ver partir.
Não o fizeram assim por indiferença ou resignação, antes por respeito, ao não assistirem à vergonha alheia.
E a esse valor chama-se humanidade, que não tendo Pátria nem berço, foi naquela circunstância, italiana.
quarta-feira, 18 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
domingo, 8 de março de 2009
A quinta da cento e sessenta e um
quarta-feira, 4 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
My kinda talk
- Do what?
- With the money, what would you do?
- I´d buy some really good rat poison.
excerto do filme:
"Os cavalos também se abatem", de Sydney Pollack
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
sábado, 31 de janeiro de 2009
"I will honey but now i got to get going"
domingo, 18 de janeiro de 2009
Belas Artes, 1942
Sem alaridos, como por aqui acontece, falaram para uma reduzida plateia cada maior em número e cada vez mais pequena. Lanhas, da Arte, que "O homem só repara, que a nós não nos compete falar da arte". Nadir responde na esteira do pensamento que fundou toda a sua criação, "A arte procura a geometria como as plantas procuram o sol...". Sucedem-se as estórias, de Paris de Vasarely, do Rio de Niemayer. De Chaves e de Trás-os-Montes, onde a hipersensibilidade do artista apreende a presença da matemática e da geometria na harmonia das formas, nas suas regras universais.
É ainda o tempo dos Mestres.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
domingo, 11 de janeiro de 2009
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Obliquar #1
Nas aldeias,
recolhem-se quando anoitece, em noites de verão.
as alfaias que guardam logo ali, pelo feno, já as usaram os avós.
Abatem uma árvore que sombreia a horta
e as restantes conhecem-nas sem nelas pensarem.
Uma cepa sem trato e descuidada, parece mal.
Os campos de milho depois de cortados são campos de estrepes, afiadas pelo metal.
O vinho conta-se em almudes, e o grão em caixas de castanho.
Quando era menino via a senhora Maria amassar o pão nessas mesmas caixas, na cozinha velha da casa antiga.
E o senhor Cipriano, já centenário, passava de charrete.
Agora, um ministro de boné passeia-se no seu tractor de recreio, e as pessoas da aldeia guardam o silêncio de mudez nada surda.
Eu, que tenho demasiadas gerações de cidade, falo um pouco mais. pouco mais.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
A primavera do ano que começa
As caravanas partiram. E o Splendid-Hotel foi construído sobre o caos de gelos e de noite do polo.
Desde então, a Lua ouviu o uivo dos chacais nos desertos de timo - e a éclogas saloias grunhindo ao vergel. Depois, na grande mata violeta em botão, Eucáris disse-me que era primavera.
- Irrompe, charco, - Escuma, rola sobre a ponte e por cima das árvores; - velos negros e orgãos - raios e trovão, vinde e rolai; - Águas e tristezas, crescei e restabelecei os Dilúvios.
Pois, desde que eles se foram, - oh, as pedras preciosas aluindo, e as flores abertas! - é o tédio! e a Rainha, a feiticeira que esperta o seu lume na frágua de barro, nunca quererá contar-nos o que sabe e nós ignoramos."
Excerto de Depois do Dilúvio, das Iluminações de Jean-Arthur Rimbaud