sábado, 20 de junho de 2009

Obliquar#2

Não se sabia onde a natureza cessava e tu principiavas,
na urgência que traziamos pelos meus dedos revelada
e havia mar ao fundo da acácia transfigurada.


paz contigo, AC

2 comentários:

Sílvia Alves disse...

"Quanto mais alta a sensibilidade, e mais subtil a capacidade de sentir, tanto mais absurdamente vibra e estremece com as pequenas coisas. É precisa uma prodigiosa inteligência para ter angústia ante um dia escuro. A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo, porque faz sempre tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.
O dia baço e mole escalda humidamente. Sozinho no escritório, passo em revista a minha vida, e o que vejo nela é como o dia que me oprime e me aflige. Vejo-me criança contente de nada, adolescente aspirando a tudo, viril sem alegria nem aspiração. E tudo isto se passou na moleza e no embaciado, como o dia que mo faz ver ou lembrar.
Qual de nós pode, voltando-se no caminho onde não há regresso, dizer que o seguiu como o devia ter seguido?"
Fernando Pessoa/Bernardo Soares, in Livro do Desassossego

jugioli disse...

Andei circulando por aqui, e lindo espaço para se rever.

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