sábado, 25 de abril de 2009

Tanto mar


Foi bonita a festa, pá

Fiquei contente

E ainda guardo, renitente

Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá

Mas certamente

Esqueceram uma semente

Nalgum canto do jardim

...*


* Tanto mar, Chico Buarque, 1978

10 comentários:

Sílvia Alves disse...

há sempre uma ou outra semente aqui e ali a pintar a vida de verde
e
a rasgar sorrisos de criança em rostos cansados

e só por isso já vale a pena.....

AC disse...

era essa a legenda que me escapava.
mas mais nova, por vir de ti.

sim, por isso já vale a pena. resistir, combater esse cansaço com alegria partilhada de um sorriso, um pensamento breve. abstracto e sonhador

Sílvia Alves disse...

a liberdade está por dentro de cada rosto desigual e é intocável....

AC disse...

intocável ou inacessível?
às vezes não sei se seremos livres

O Agostinho dizia que a haver Deus, era entidade heterogénea, cuja única fatalidade era ser livre.

a nós, parece-me que é não o sermos, no sentido amplo da palavra.
(chora a Matilde, vou lá ver)

AC disse...

(regressei)

talvez a liberdade seja apenas o oposto do egoísmo...

Sílvia Alves disse...

a liberdade talvez seja apenas o oposto do egoísmo, dizes..... eu tenho a certeza.

quanto "menos" quiseres mais livre és..... e mais só

AC disse...

ser só não é ser livre...
e o inverso.

e a liberdade conquista-se, muitas vezes a abrir a mão. sim, é difícil.

Sílvia Alves disse...

a solidão é a liberdade pura......

o resto não existe

e a liberdade não se conquista, interioriza-se e assume-se

a liberdade é o puro egoísmo despojado

boa noite

Sílvia Alves disse...

e entre o sonho e a realidade existe o fino pó da memória alheia

AC disse...

não tenho respostas...
vou-me ouvindo, e a ti.

a solidão é um estado compulsivo, não somos feitos para sermos sós.
criamos espaços, e "guardamos o segredo, e a posição"



bom dia Lou