quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A primavera do ano que começa

"...
As caravanas partiram. E o Splendid-Hotel foi construído sobre o caos de gelos e de noite do polo.
Desde então, a Lua ouviu o uivo dos chacais nos desertos de timo - e a éclogas saloias grunhindo ao vergel. Depois, na grande mata violeta em botão, Eucáris disse-me que era primavera.
- Irrompe, charco, - Escuma, rola sobre a ponte e por cima das árvores; - velos negros e orgãos - raios e trovão, vinde e rolai; - Águas e tristezas, crescei e restabelecei os Dilúvios.
Pois, desde que eles se foram, - oh, as pedras preciosas aluindo, e as flores abertas! - é o tédio! e a Rainha, a feiticeira que esperta o seu lume na frágua de barro, nunca quererá contar-nos o que sabe e nós ignoramos."

Excerto de Depois do Dilúvio, das Iluminações de Jean-Arthur Rimbaud

5 comentários:

Sílvia Alves disse...

“.......Every moon is atrocious and every sun bitter.”

e

“I believe that I am in hell, therefore I am there.”

AC disse...

"Paradise is exactly were you are rigth now, only much much better."

Tudo isto é apenas a vista das coisas.
bons dias bem-dispostos

Sílvia Alves disse...

os dias da chuva que oxida o metal

AC disse...

para ti, cobre.

Sílvia Alves disse...

cobre(-)me sim, de verdete!