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Era um jovem desleixadamente vestido, com uma sobrecasaca de mangas ensebadas até ao lustro, um colete cheio de nódoas abotoado até ao pescoço para tapar a ausência de camisa, desaparecida sabe Deus como, com um cachecol de seda negra incrivelmente emporcalhado e torcido como uma corda, as mãos sujas...
O seu rosto não exprimia a mínima ironia, a mínima reflexão; pelo contrário, era o espelho de completo e torpe arrebatamento pelo seu direito e, também, de qualquer coisa próxima da permanente e estranha necessidade de ser e se sentir sempre ofendido.
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excerto de O Idiota,
de Fiódor Dostoiévski
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